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quinta-feira, 1 de dezembro de 2016

Um dia de emoções intensas

O dia 29 de novembro estava sendo muito aguardada aqui em casa. Pra quem não lembra, esse foi o primeiro ano da Maitê na escola e a apresentação de final de ano, assim como já havíamos ido da irmã mais velha, tinha chegado a hora dela também. Estava animada, porque além da primeira apresentação de final de ano, ela faria uma participação na "Cantata de Natal", ela é a "mãe do Caio" na peça " Indiana Jones e o Tesouro perdido de Natal".

Então, desde Setembro estava ensaiando, já sabia tudo de cor e salteado... tudo na ponta da língua e mesmo assim aquele frio na barriga e ansiedade dela pra apresentar.

Chegou a terça-feira dia 29. Acordei, como sempre durante a semana ás 6h30, desci pra fazer o café da manhã, olhei para o relógio do microondas e estava sem o relógio (tudo 0000), sabe quando acaba a luz e desconfigurado. Pois é, nem tinha percebido que tínhamos ficado sem luz, provavelmente foi uma piscada de madrugada.

Enfim, enquanto coloquei a água pra ferver, liguei a tv pra assistir o " Bom dia Santa Catarina" e aí a notícia que eu acabará de ler no rodapé da TV foi um choque, tinha acabado de acordar e soube da triste notícia do acidente de avião que levava a delegação da Chapecoense. Gente! sabe quando te pega de surpresa, não acreditava que tinha acontecido. Aqui em casa, meu marido adora futebol, é santista, assim como as meninas, e a gente acompanha bastante, inclusive ficamos felizes que a Chape, por ser do nosso Estado, tinha se classificado pra final da Sul Americana. Por ser um time ainda sem tradição na série A, cada vez que a Chape vencia ou o cavalinho do Fantástico longe da zona de rebaixamento, a gente falava Óóó a Chape!! porque sabemos como é uma cidade pequena que ficou por muito tempo sem representatividade e de repente tá lá, trazendo alegria pra quem gosta de futebol. Pra gente aqui, a série B já é uma super conquista, imagina chegar na série A e permanecer, quem ama futebol entende.

O dia já começou com emoção diversa e intensa, afinal tinha acordado com uma motivação pela Maitê e a tristeza pelo acidente fatal se misturou.
Acordei a Maitê, e de cara ela acordou e disse: é hoje mãe, é hoje, é hoje. Eu abracei ela e disse é hoje!!

Aí meu marido também já tava levantando e assim que ele olhou pra mim, nem esperei ele acordar direito e falei que tinha acontecido uma tragédia. Ele me olhou, assustado até, e eu disse: o avião da Chape caiu, Meu Deus, todos os jogadores no avião, completei.... Meu Deus!!! Foi nossa reação, descemos e aí foi a cobertura em todos os canais 24hs. A notícia se espalhou e o mundo se comoveu.

Por mais que eu tenha convicção que tudo tem um porque, que é a lei da ação e reação, que temos uma missão aqui na terra e Que Deus é amor, eu acredito nisso, não exclui o sentimento de tristeza, impossível não se colocar no lugar dos familiares. Se eu, somente acompanhando pela Tv, já me emocionei várias vezes com a noticia, imaginem o sentimento da família!!
Pais que perderam seus filhos, filhos que crescerão sem a presença dos seus pais e até mesmo nem os conhecerão pessoalmente, que é o caso de de 2 jogadores da Chapecoense, um soube semana passada que seria pai e outro que o filho nasce em Dezembro.
Um futuro promissor, sonhos interrompidos, realizações, cairam junto com o avião... é muito triste!

Quase que inevitável ouço noticias muito ruins, com mortes, mas essa me tocou muito... talvez por estar mais próximos do futebol, por ser de SC, além, lógico do acidente por si. Mas aí, tinha a apresentação da Maitê, que foi linda! Aí  queria contar tudo sobre a apresentação, mas resolvi que farei um post contando como foi na próxima semana, porque hoje fica até difícil de expressar.

Também pensei de como falar pra Aimêe, ela já entende mas sei que ficaria triste porque ela também gosta e acompanha o futebol com o pai. Ela acordou e aí falei pra ela do acidente que tinha acontecido com o avião da Chape e que eles tinham morrido, ela entendeu e ficou triste, lógico... mas deixei que ela visse os noticiários pra entender, sentir o luto do jeitinho dela e assim foi. Aqui vou aproveitar e linkar com o assunto de como falar sobre perdas (morte) com as crianças. É do blog " Mãe de guri " que eu acompanho e gosto.

E aí, paramos e pensamos o que aprendemos com isso??
Fica aqui nossa reflexão diante do que aconteceu. Reflexão da nossa vida, de nossos atos, nossa convivência com amigos de trabalho. E a conclusão que chego é que na verdade o que nos resta é fazer o bem, amar nossa vida, dar amor aos nossos filhos, a nossa família, ter muita fé, ser solidário, que por sinal, os colombianos e o mundo demonstraram através de gestos, homenagens e ações. Sim, somos capazes de sermos melhores e evoluir cada dia mais.
Oremos muito pelas almas dos que se foram e por suas famílias, que encontrem a paz e descansem em paz!

 Hoje não temos cores, não temos time, não temos fronteiras # ForçaChape